
O mercado de delivery no Brasil vive um momento de transformação acelerada em 2025. Com o retorno da 99Food, novas estratégias da Rappi e movimentos ousados do iFood, o setor está mais competitivo do que nunca. O que parecia um cenário consolidado até 2024, com predominância quase absoluta do iFood, passa agora por uma reconfiguração que pode beneficiar diretamente donos de restaurantes. Este artigo organiza os principais movimentos recentes e apresenta um panorama claro para quem deseja entender os impactos reais dessas mudanças na operação e lucratividade do seu delivery.
A volta da 99Food com taxa zero: estratégia agressiva e foco nos restaurantes
A 99Food, ligada à 99 (empresa controlada pela chinesa Didi), anunciou em abril de 2025 seu retorno ao mercado brasileiro. E voltou com uma proposta ousada: isentar restaurantes de comissões e mensalidades por dois anos. A medida é válida para estabelecimentos de todo o país, seja no modelo full service (com entrega pela plataforma) ou marketplace (entrega própria).
Nos testes da empresa, em um pedido de R$100, o restaurante fica com mais de R$92 de receita líquida, contra cerca de R$74 nos apps tradicionais. A diferença está nas taxas reduzidas: apenas 3,2% de pagamento e até 4,5% de entrega.
A estratégia visa quebrar a hegemonia do iFood, atrair pequenos e médios estabelecimentos e ganhar escala rapidamente usando a base de 55 milhões de usuários e 1,5 milhão de motoristas da 99. A operação será retomada em fases a partir de junho.
Rappi entra no jogo com proposta semelhante
Dias após o anúncio da 99Food, a Rappi revelou que também vai zerar a comissão cobrada dos restaurantes. A comunicação oficial está prevista para maio de 2025, mas executivos da empresa confirmam que a decisão faz parte de um plano traçado desde o fim de 2024.
A expectativa é que a Rappi aplique a isenção a todos os parceiros, ainda que detalhes como duração e critérios não tenham sido divulgados. A empresa busca aumentar sua participação de mercado, atualmente em torno de 8%, e reduzir a dependência dos restaurantes em relação ao iFood.
iFood responde com aquisições estratégicas
O iFood, por sua vez, adotou uma postura diferente. Em abril de 2025, anunciou a aquisição de três empresas de tecnologia para restaurantes: Saipos, OPDV e 3S Checkout. Com isso, passa a oferecer soluções completas de gestão (PDV, comanda, estoque, pagamentos) integradas ao ecossistema iFood.
Essas empresas estão entre as cinco maiores fornecedoras de sistemas de ponto de venda (PDV) voltados ao mercado de alimentação fora do lar no Brasil. Agora, o iFood passa a deter três delas — o que amplia sua presença em diferentes perfis de operação, desde negócios independentes até grandes redes.
O objetivo é fidelizar os restaurantes por meio de tecnologia, oferecendo ferramentas que apoiam o dia a dia da gestão. Do ponto de vista estratégico, esse movimento reforça o iFood como um “hub” de soluções para restaurantes, se oferecendo como parceiro tecnológico integral do negócio.
O movimento também representa uma tentativa de diversificar as fontes de receita do iFood, num momento em que a comissão sobre pedidos enfrenta maior concorrência e pressão do mercado.
Mercado aquecido, concorrência crescente e novas possibilidades
O setor de delivery vive um dos momentos mais aquecidos desde a pandemia. Em 2023, movimentou cerca de R$139 bilhões, com crescimento superior a 50% em relação a 2019. Mesmo assim, o Brasil ainda apresenta menor penetração per capita do que mercados como China ou Coreia do Sul, indicando grande potencial de expansão.
Hábitos como pedidos na madrugada (+52% em 2024), crescimento de pedidos por WhatsApp, novas categorias (pet food, cestas regionais, kits gastronômicos) e tecnologias como IA e drones tornam o setor cada vez mais sofisticado. A possibilidade da chegada da Meituan e o fortalecimento de apps regionais (como Aiqfome) aumentam ainda mais a pressão competitiva.

O que isso muda na prática para os restaurantes
O principal impacto é a redução de custos: com 99Food e Rappi isentando comissão, é possível operar com margens mais saudáveis e maior previsibilidade financeira. Isso abre espaço para promoções, fidelização, reinvestimento ou simplesmente lucro.
Com mais opções de canais, os restaurantes também ganham poder de negociação. No entanto, a multicanalidade exige gestão eficiente: controle de estoque, cardápios atualizados, integração de pedidos e análise de performance.
Nesse cenário mais dinâmico, soluções de tecnologia para entrega — como as oferecidas pela Pick n Go — têm se mostrado úteis para restaurantes (e até farmácias) que operam com entregas próprias ou terceirizadas. Com foco na logística urbana, a plataforma ajuda a integrar pedidos de diferentes canais, otimizar rotas e acompanhar entregas em tempo real, contribuindo para mais previsibilidade e eficiência na operação do delivery diário.
Considerações finais: do caos à estratégia
Em meio a tantas mudanças, é natural que o restaurante se sinta sobrecarregado. Mas este é, na verdade, um dos melhores momentos para repensar a estratégia de delivery: escolher os apps certos, entender as condições comerciais e buscar tecnologias que simplifiquem a gestão.
O mercado está mais aberto, os custos tendem a cair e a oportunidade é clara: aproveitar o momento de concorrência para construir uma operação de delivery mais eficiente, rentável e sob controle.
A Pick n Go acompanha de perto essas transformações justamente para ajudar seus parceiros a crescerem com inteligência e segurança. O futuro do delivery é multicanal, tecnológico e competitivo — e quem souber navegar nesse cenário com boas escolhas vai colher resultados expressivos nos próximos anos.
